segunda-feira, 23 de maio de 2011

entenda o que mudou na indústria do esmalte com a revolução das cores

Esmalte Jade da Chanel no desfile da marca em 2009.
Esmalte Jade da Chanel no desfile da marca em 2009
  

“Antes avaliávamos o mercado através de sessões com pequenos grupos de pessoas, hoje visitamos salões de beleza, conversamos com manicures e até com blogueiras. Investimos em pesquisas de comportamento e hábitos do consumidor”, afirma Luciana Laurito, gerente de marketing da Mundial Impala.
Além de contratar uma consultora de tendências, que participa de todos as semanas de moda internacionais, a Impala passou a buscar informações em sites especializados, como o WGSN, e em feiras mundiais, como a italiana Cosmo Prof. Nos últimos dois anos, as vendas da marca dobraram. “O esmalte passou a ser visto como acessório indispensável na composição dos looks de qualquer mulher. Com o passar do tempo, a consumidora não se contentou em ter apenas cores diferentes à disposição e passou a exigir acabamentos diferenciados também. Outros países já haviam lançado esmaltes diferentes e estávamos bem atrasados em relação a eles”, opina Camila Zatz, do blog Loucas por Esmaltes
Último lançamento da Impala, SPFW.
Último lançamento da Impala, SPFW.

Mudanças

Para conseguir acompanhar a rapidez com que novidades aparecem nesse mercado, as marcas passaram por reestruturações no marketing e ampliaram seus lançamentos, aumentando por consequência a produção nas fábricas e a demanda por profissionais. Veja como exemplo a Big Universo, que desde 2010 passou a lançar uma coleção a cada mês com quatro novas cores. Em 2009, a empresa lançou apenas duas novas cores. Como resultado, a empresa viu seus negócios crescerem em 160%. “O posicionamento do nosso produto mudou completamente, hoje lançamos tendência, desenvolvemos coleções em parceria com a estilista carioca Nica Kessler e participamos do Fashion Rio”, explica Clarissa Ezaki, farmacêutica da Big Universo.
“Consideramos o Jade um marco no setor. Depois dele, a relação do consumidor com o esmalte mudou. Agora buscamos entender o contexto em que estamos vivendo para traduzir isso em cores”, conta Renata Leite, gerente da Colorama. Segundo ela, o esmalte se tornou uma ferramenta de democratização da moda e as empresas passaram a prestar atenção nas mídias sociais, protagonistas relevantes nesse processo. “No último ano surgiram mais de 30 blogs sobre o assunto”, afirma. O baixo custo do produto, o grande impacto no visual e a rapidez com que se pode adquirir novos esmaltes são apontados como alguns dos fatores responsáveis pelo crescimento exponencial do setor nos últimos tempos.
Campanha de Reinaldo Lourenço com esmaltes da Risqué.
Campanha de Reinaldo Lourenço com esmaltes da Risqué.
E as estatísticas indicam que esse mercado continuará crescendo. Segundo uma pesquisa do Instituto TNS, encomendada pela Mundial Impala e realizada com 600 entrevistados, 86% das brasileiras aplicam esmaltes nas unhas uma vez por semana e 14% já o fazem duas vezes no mesmo período.
Desde o lançamento de coleções em parceria com personalidades do mundo da moda -como a Risqué fez com Reinaldo Lourenço e Isabeli Fontana – até a introdução de novas tecnologias no desenvolvimento dos produtos, a indústria cosmética brasileira vem se reestruturando para atender uma nova clientela, agora especializada, que sabe tudo sobre cores e acabamentos.
A expansão deste mercado é tão grande que até empresas que nunca haviam se aventurado pelo mundo dos cosméticos estão começando a entrar nessa onda. A Água de Cheiro é um exemplo. Depois de 35 anos de experiência no ramo da perfumaria, a marca lançou uma linha de esmaltes em novembro de 2010. “A maquiagem das unhas é a grande sensação do momento. As brasileiras estão cada vez mais abertas a novas cores e texturas e a Água de Cheiro decidiu acompanhar esta tendência”, contou Fernanda Reis, da área de desenvolvimento de produtos da marca.
Nova linha de esmaltes da Água de Cheiro.

Nova linha de esmaltes da Água de Cheiro.



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